SegundoLefebvre a isotopia pode ser definida como as “partes comparáveis do espaço que se expressam e se lêem (nos planos, nos percursos nas imagens mais ou menos elaboradas pelos “sujeitos”) de modo que se possam aproximá-las".

Entretanto, apesar de ser um local de livre acesso para a população da cidade, as pessoas não se sentem atraídas a entrar no campus, a uma certa sensação de segregação (heterotopia), de vigília que torna o local de acesso por assim dizer "restrito" aos estudantes da universidade.

Enfim, para Lefébvre (2002) o fenômeno urbano depende de uma leitura total porque nem a superação de seus fragmentos e conteúdos, nem sua reunião confusa podem defini-lo. Há um paradoxo do fenômeno urbano, que é comparável ao paradoxo fundamental do pensamento e da consciência. Ou seja, o urbano é pontual. Ele se localiza e se focaliza. Intensifica-se aqui ou ali. Ele não existe sem esta localização: o centro. A pontualidade do fato é uma regra. Em torno de um ponto, tomado como centro (momentâneo) reina uma ordem próxima, que a prática produz e a análise compreende - a isotopia (cidade). Ao mesmo tempo o fenômeno urbano é colossal. A ordem próxima, ao englobar uma ordem distante, agrupa as pontualidades distintas, reunindo-as nas suas diferenças – heterotopias. Isotopia e heterotopia se afrontam e desta nasce uma centralidade diferente, que se impõe e depois será reabsorvida no tecido espaço-temporal. Descobre-se assim como forma o movimento do pontual e do colossal, do lugar e do não-lugar, da ordem urbana e da desordem urbana.
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