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domingo, 21 de março de 2010

Garimpo UFMG

O espaço dedicado à instalação da UFMG na região da pampulha foi criada na década de 40 para a construção da chamada "Cidade Universitária", e nesse sentido, tem no seu interior toda uma estrutura típica de uma pequena cidade, como: estacionamentos, placas de trânsito, praças, restaurantes, bibliotecas, etc. Desse modo podemos dizer que a UFMG é um lugar isotópico onde podemos encontrar ali um conjunto de pessoas com os mesmos objetivos e aspirações, focados na disseminação e propagação do ensino.













SegundoLefebvre a isotopia pode ser definida como as “partes comparáveis do espaço que se expressam e se lêem (nos planos, nos percursos nas imagens mais ou menos elaboradas pelos “sujeitos”) de modo que se possam aproximá-las".

Em relação aos transeuntes que passam diariamente pelo campus, percebemos uma indiferença em relação a ocupação do espaço público. Ao caminharmos pela calçada, passamos pela UFMG como se aquela imensidão de árvores no seu entorno fosse apenas parte da paisagem, um lugar e um não-lugar.
Entretanto, apesar de ser um local de livre acesso para a população da cidade, as pessoas não se sentem atraídas a entrar no campus, a uma certa sensação de segregação (heterotopia), de vigília que torna o local de acesso por assim dizer "restrito" aos estudantes da universidade.











Enfim, para Lefébvre (2002) o fenômeno urbano depende de uma leitura total porque nem a superação de seus fragmentos e conteúdos, nem sua reunião confusa podem defini-lo. Há um paradoxo do fenômeno urbano, que é comparável ao paradoxo fundamental do pensamento e da consciência. Ou seja, o urbano é pontual. Ele se localiza e se focaliza. Intensifica-se aqui ou ali. Ele não existe sem esta localização: o centro. A pontualidade do fato é uma regra. Em torno de um ponto, tomado como centro (momentâneo) reina uma ordem próxima, que a prática produz e a análise compreende - a isotopia (cidade). Ao mesmo tempo o fenômeno urbano é colossal. A ordem próxima, ao englobar uma ordem distante, agrupa as pontualidades distintas, reunindo-as nas suas diferenças – heterotopias. Isotopia e heterotopia se afrontam e desta nasce uma centralidade diferente, que se impõe e depois será reabsorvida no tecido espaço-temporal. Descobre-se assim como forma o movimento do pontual e do colossal, do lugar e do não-lugar, da ordem urbana e da desordem urbana.

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